domingo, 24 de janeiro de 2010

tu eras também...

Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo

Pablo Neruda


Apetece-me enraizar-me em ti, florescer contigo, sem tu te dares por isso...
sou tua pequena folha...



Fotografia: Robert Mapplethorpe


sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

...down to the bone


Let me see you
Stripped down to the bone...

Despe-te já
Despe-te dos teus medos e dos teus segredos
Despe-te do peso da rotina
Despe-te daqueles pensamentos desnecessários
Não tenhas medo de alguma imperfeição
Para mim elas são todas perfeitas
Continua a despir-te...
Tira tudo...vira-te de avesso

Let me hear you
Make decisions
Without your television

Solta-te comigo
Fala de tudo o que quiseres
Ri-te, grita, chora, se quiseres
Tira a máscara
Quero ver-te sem aquela imagem "lavada"
Quero ver-te de carne e osso

Take my hand
Come back to the land
Where everything's ours
For a few hours

Confia em mim
Despe-te para mim
Solta-te comigo...
Conquista-me aqui e agora!



P.S. citações em inglês são da obra magnífica do Martin L Gore "Stripped", uma canção nua e pura dos eternos "Depeche Mode".
P.S.S. a "galeria de arte" nas costas pertence ao Dave Gahan dos "Depeche Mode". Esse homem ao meu ver é mais do que sensual...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Já fui maluca de tanto amar-te
Já ri, chorei,gritei
Joguei-me contra todas as regras para alcançar-te
Ganhei, perdi, mas sim, AMEI
Já tive milhares de razões para nunca mais olhar-te
Não vales nada, mas ainda me inspiras para a arte...

P.S. em memória de uma paixão do passado (?), em homenagem a um fantasma que me persegue

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

you can run, but you cannot hide


Aparecem muitas vezes agora aquelas publicidades do tipo "localizador de fantasmas, será que está um atrás de ti?" e coisas de género.
Acho que preciso dum destes...Hoje um fantasma do passado atingiu-me. Se tivesse um localizador daqueles no coração, não no telemóvel, nunca mais olhava para trás.
O problema é que aquele fantasma ainda não perdeu as suas asas de anjo, ainda mantém o mesmo olhar magnífico e uma postura inconfundível.

Eu sei que já não vale a pena, mas por vezes ainda olho para trás...


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

vai um cafezinho?

Gosto bastante dos encontros para "ir tomar um café". Aqueles que por um lado "não significam nada"mas por outro têm todo o significado do mundo...
No início estás toda ansiosa à espera de to servirem, depois ele vem todo quentinho e aromado e tu perdes-te a saborea-lo gota a gota. Há quem deita açúcar, canela ou pimenta para dar um sabor mais intenso. Por fim, ficam umas gotítas lá no fundo da chávena e borras. O que nunca falha é o seu paladar, esse fica bem preso em nós...

Ao meu ver o próprio encontro assemelha-se ao acto de tomar essa bebida divina (ou diabólica lol?) Combatendo a inquietação de chegar ao sítio de encontro ficamos todos contentes a encontrar o nosso parceiro. Lá vamos começando a conversa perdendo-nos em assuntos que debatemos. Ora contamos umas histórias, ora apaziguamos algumas dores, ora intensificamos as nossas sensações ou os nossos pensamentos. E assim sucessivamente...Cada um de nós é como se fosse um café....
E lá no fundo de cada um de nós, há aquelas "gotas que sempre restam",i.e. mais histórias para contar, mais olhares para trocar e mais assuntos para debater.
E no fim de cada encontro restam sempre umas "borras para interpretar" e perceber o porquê do convite.
O que nunca falha é o paladar, único e divino. Muito específico para cada um de nós. Esse é que nunca engana se o café é bom ou se "tem sabor a queimado" e não nós satisfaz.

Lá vou eu a interpretar as borras que restaram do último encontro.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

sous le vent

Quando eu era pequenita, mesmo garotinha tipo uma "versão portátil" ficava muito aborrecida com o vento.
Os meus pais contam que uma vez, num dia muito ventoso, eu ia ao colo do meu pai e disse: "Pai, o Pai, desliga o vento se faz favor!" e o meu pai perguntou-me :"Onde é que tu queres que o desliga?" e eu respondi : "Aí nos cabos!" (referia-me aos postes eléctricos).

Agora o vento já não me aborece tanto. Não gosto quando ele me despenteia (é que o trabalho cuidadoso de compor o cabelo parece que foi em vão), mas o pior, por vezes, é quando ele faz com que o cabelo fica colado ao gloss dos lábios :(((Nestes momentos já nem apetece ser cuidadosa contigo própria XD

Para que isto tudo e que ligação tem entre si? Porque agora, quando entrei naquela década em que supostamente já é a minha vez de ter "as versões portáteis", quando é a vez do cabelo "delas" a agarrar-se ao meu gloss eu não quero "desligar" o vento. Quero que as "minhas versões portáteis" se agarram a mim, pedindo-me o aconchego... E é aí que eu vou dominar o vento, vou roubar-lhe a liberdade e independência e vou desliga-lo.
Aí, nos cabos...

http://www.youtube.com/watch?v=pBs7ifL7sEk recomenda-se a ouvir ;)))

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

é nestes dias que...

é nestes dias de chuva e quando a cabeça não sai dos livros,
quando já nem sabes que dia é, que horas são e só te queres livrar disto é que as coisas boas de vida até perdem sabor por vezes
a bela de uma mini sabe à água
os chás para acalmar, adormecer ou pelo contrário para nós acordar já estão a dar umas voltas no estômago e causam umas belas ressacas no dia seguinte (já que ou não dormimos ou dormimos à mais, ou então demasiado bem LOL)

é nestes dias que me apetece estar num barzito com bela de uma mini e com bela de uma conversa com os amigos
sem pensar que dia é, sem dar por mim que horas são
apenas saborear até ao fim as coisas boas da vida!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

farewell


Abre a porta, eu fico cá
Calada e incerta
Um beijo, um adeus amargo
Não te preocupes!
eu já parto...

Fecha a porta, magoa-me
sim, ri-te à vontade!
eu sei o que é sofrer -
quando se conta a verdade

Abre a janela e sente uma leve brisa
Sou eu, aquela triste poetisa,
Passei para mandar-te um "adeus",
JAMAIS serás herói dos sonhos meus...

"Fare the well and if forever, still foreve fare the well..." (Byron)

P.S. em memória de uma paixão de passado que me persegue de vez em quando, mas da qual eu me livrei...custou-me...
Fazes-me falta...imensa...
Preciso dos teus olhos nos meus...


só espero que este mês sem vida própria acabe em breve...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

apetece...

sabes não quero nada de especial...
quero apenas tocar na tua mão...
assim, ao de leve...
espontaneamente...
tocar-te na mão...
tocar-te na alma...

sabes não quero nada de especial...
quero apenas olhar-te nos olhos...
até ao fundo...até ter medo de ver demais
quero olhar-te a alma...

sabes quero tocar-te nos lábios
muito suavemente e devegarinho
saboreando cada momento
quero saborear-te a alma...

quero...muito...

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